Com direção e dramaturgia de Luiz Felipe Reis e atuação de Renato Livera, DESERTO estreou em maio de 2024 no Teatro Futuros (RJ) e rapidamente se destacou como um dos espetáculos mais reconhecidos da cena teatral brasileira. Foi indicado ao Prêmio APTR (direção, dramaturgia e atuação) e ao 35º Prêmio Shell de Teatro (Melhor Ator).
Pela primeira vez no Brasil, a obra de Roberto Bolaño (1953-2003) ganha vida nos palcos, a partir de fragmentos de livros, entrevistas e memórias do autor chileno, considerado um dos maiores escritores latino-americanos do século XXI. Livera incorpora Bolaño, emprestando corpo e voz a trechos de obras como A universidade desconhecida, 2666, O gaúcho insofrível, Entre parêntesis e Bolaño por si mesmo. Fruto de uma extensa pesquisa, DESERTO costura poemas, contos, crônicas, palestras e entrevistas, revelando as inquietações existenciais e artísticas de Bolaño é especialmente nos seus últimos anos, quando, já doente, se dedicava intensamente à criação. A dramaturgia do espetáculo não reconstitui sua biografia de modo linear, mas traça um percurso simbólico, poético e fragmentado por sua memória e escrita.
A peça se debruça sobre a jornada do poeta: um homem em trânsito, nascido no Chile, que passa pelo México e fixa-se na Espanha, uma travessia marcada por deslocamentos, exílio, desamparo, e pela recusa às normas do sistema. DESERTO celebra a coragem de Bolaño e afirma a poesia como forma de vida fértil e insurgente, capaz de resistir à lógica destrutiva do capitalismo neoliberal.
Como afirma Luiz Felipe Reis, a obra é também um chamado: “Precisamos vitalizar o que parece desertificado, cultivar vida nos desertos e ruínas do capitalismo tardio.” Afinal, como escreveu Bolaño: “Bem-vindo ao deserto, o lugar onde nascem os poemas.”
Renato Livera
É ator brasileiro, dramaturgo e diretor. Natural de Goiânia. Artista profissional desde 1998, graduou-se em Artes Dramáticas em 2007 e trabalhou com importantes diretores de Teatro, Tv e cinema, transitando por diferentes linguagens. Em 2015 foi indicado a “Ator Revelação da TV” no prêmio “Troféu Imprensa”. No mesmo ano foi eleito melhor ator cômico pelo prêmio “Notícias da TV”, repetindo a conquista em 2016. Recebeu ainda a indicação de melhor ator coadjuvante no teatro através do prêmio “Ítalo Rossi”, em 2014.
Luiz Felipe Reis
Diretor teatral, dramaturgo, criador audiovisual e cofundador da Polifônica – Núcleo de Pesquisa e Criação Artística (www.polifonicacia.com). Também é curador de artes cênicas (Festival Cena Brasil Internacional) e de cinema (Aquarius), jornalista e crítico de teatro e de música (Jornal do Brasil, 2007-2010; O Globo, 2010-2018), além de pesquisador nas áreas de Artes Performativas, Encenação Contemporânea e Questão Ambiental, com mestrado (PUC-RJ) em Literatura, Cultura e Contemporaneidade.
Polifônica Cia
Desde 2015, a Polifônica se dedica a uma pesquisa estética e temática focada nos conceitos de Polifonia Cênica e de Contracenas ao Antropoceno. Em conjunto, estas noções buscam estimular a experimentação de diferentes formas de abordar e de responder artisticamente ao Antropo-Capitaloceno, ou seja, aos distúrbios ecológicos, sociais e políticos gerados pela engrenagem ideológica antropocêntrica, colonialista, capitalista e neoliberal. Elaborada pela Polifônica, a partir de uma pesquisa sobre a obra teórica e prática de Heiner Goebbels, a noção de Polifonia Cênica busca estabelecer uma relação horizontal, descentralizada e colaborativa entre diferentes elementos, linguagens e formas de arte na composição do fazer teatral.
Ficha Técnica:
Direção e dramaturgia original: Luiz Felipe Reis
Baseada em fragmentos da vida e obra de Roberto Bolaño
Atuação: Renato Livera
Direção assistente: Julia Lund
Interlocução dramatúrgica: José Roberto Jardim
Direção de movimento e preparação corporal: Lavínia Bizzotto
Direção musical e criação sonora: Pedro Sodré e Luiz Felipe Reis
Cenografia: André Sanches e Débora Cancio
Figurino: Miti
Criação de vídeo: Julio Parente
Iluminação: Alessandro Boschini
Assistente de vídeo e operação de vídeo e luz: Diego Avila
Operação de Som: Gabriel Lessa
Design gráfico: Bruno Senise
Fotografia de estúdio: Renato Pagliacci
Fotografia de cena: Renato Mangolin
Assessoria de imprensa: Ney Motta
Direção de produção: Sérgio Saboya e Silvio Batistela (Galharufa)
Coordenação de Produção: Artemis Amaranta
Produção executiva: Roberta Dias (Caroteno Produções)
Idealização e coprodução: Polifônica
Produtor: Sérgio Sabóia
Duração: 90 minutos
Ingressos:
Inteira: R$ 60,00
Meia: R$ 30,00
Plena: R$ 18,00
Sessões com acessibilidade:
Nos dias 25, 26 e 27/07 – 01, 02, 03, 08, 09, 10, 15, 16 e 17/08
(Todas as sessões exceto no final de semana da estreia)
Recursos: Interpretação em Libras, Audiodescrição e Vivência Tátil